Portugal No Mundial 2022: O Que Fica Do Que Passou
Portugal terminou a sua participação no Mundial 2022 com um jogo frente a Marrocos que foi unanimemente considerado uma verdadeira desilusão. Frente a uma equipa teoricamente acessível, a Seleção despediu-se do Qatar com tristeza e sem brilho, numa exibição a anos-luz daquilo que o seu conjunto de craques pode fazer.
Mas é tempo de avaliar o que ficou destas semanas de competição e que indicadores nos trouxe para aquilo que será o futuro mais próximo da equipa das quinas. Neste artigo, analisaremos o que ficou do Mundial e o que trará 2023 à Seleção.
O Fim da Era Fernando Santos
Após 8 anos no comando equipa, durante os quais liderou a equipa às inéditas vitórias no Euro-2016 e na Liga das Nações de 2019, a Federação Portuguesa de Futebol e Fernando Santos acordaram a rescisão do contrato que os unia.
O engenheiro, apesar de obreiro das maiores vitórias do futebol português, foi também sempre criticado pelo seu estilo de jogo, por muitos classificado de receoso e excessivamente calculista, muito aquém das potencialidades dos atletas que tinha à sua disposição. Este Mundial foi, para muitos, a confirmação desta ideia: uma equipa segura e sólida, difícil de bater, mas sem ideias, fio de jogo ou identidade futebolística.
Apesar de alguns lampejos de bom futebol e da aposta em vários craques de pendor ofensivo no mesmo 11, a exibição frente a Marrocos tornou evidente a falta de recursos da equipa perante adversários com blocos baixos e agressivos quer nos duelos físicos quer, sobretudo, no encurtamento dos espaços
A decisão da saída, tomada amigavelmente, é a grande consequência da prestação portuguesa no Campeonato do Mundo. O fim do ciclo do treinador abre um outro capítulo e uma interrogação existencial: que Seleção queremos daqui para a frente? Aceitam-se apostas nas casas de apostas que aceitam portugueses.
Novo Treinador: Que perfil?
Outra questão que veio do Qatar, e umbilicalmente ligada à anterior, é a de qual será o melhor perfil de selecionador para Portugal, no momento.
A Federação está neste momento à procura não só de um nome, mas de um perfil, que encaixe naquilo que será o futuro próximo da Seleção. Falamos de uma nova geração com um potencial incrível, com muitos jogadores até aos 25 anos, que toma agora as rédeas da equipa e que necessitará de um treinador que tenha em conta esta realidade.
José Mourinho e Bruno Lage têm sido alguns dos nomes ventilados, embora não haja notícias oficiais por parte da federação.
A opção Mourinho divide a opinião dos apostadores: se uns insistem no perfil vencedor do treinador setubalense, outros rotulam-no como treinador defensivo, quase à imagem de Fernando Santos.
Bruno Lage tem como pontos fortes o hábito de trabalhar e de criar excelentes relações de trabalho com jovens jogadores portugueses, o que encaixaria na perfeição com esta equipa. O facto de ter apenas uns curtíssimos dois anos enquanto treinador principal tem sido a principal crítica a esta potencial contratação.
É possível que nenhum destes sejam os próximos selecionadores nacionais. Mourinho tem contrato e Lage deverá considerar ser cedo demais para assumir a equipa. Veremos. O processo ainda agora começou. As apostas vão-se somando em todas as casas de apostas que aceitam portugueses.
O Pós-Ronaldo
Outro dos processos desencadeados pela prestação da Seleção prende-se com o futuro de Ronaldo na equipa.
O baixo rendimento desportivo, as reações intempestivas e o turbilhão midiático que o envolveu a si e, por arrasto, aos companheiros neste Mundial, dizem muitos analistas, prejudicou seriamente o conjunto e o espírito de equipa que até então havia.
Para agravar a situação, o melhor momento da equipa coincidiu com o jogo em que Cristiano não foi titular, o que reforçou a ideia de que CR7 retira espaço e protagonismo aos restantes jogadores.
Muita especulação se fará sobre o futuro do capitão, que parece não querer abdicar de vestir a camisola das quinas, a quem já deu muito nos últimos vinte anos. Mas essa será uma questão para o próximo selecionador nacional.
